Falar de eternidade pode parecer ousado.
Mas há gestos que, mesmo silenciosos, sussurram ao tempo uma mensagem clara: “estou em paz com a vida, e cuido do futuro com serenidade”.

Adquirir um jazigo não é um ato de fim — é, na verdade, uma expressão de cuidado, de amor e de preparo. É como escrever com antecedência uma última carta para quem amamos, dizendo: “Quando o tempo me levar, quero que tudo esteja tranquilo para vocês.”

Em vez de um fardo, é uma libertação.
É não deixar dúvidas, nem correria, nem decisões difíceis para quem ficará.
É o gesto maduro de quem entende que a vida, por mais vibrante e imprevisível, tem um ciclo. E que esse ciclo pode ser vivido com dignidade do início ao fim.

Há, inclusive, beleza nisso. Porque ao reservar um lugar de descanso, você não está falando sobre ausência, mas sobre presença — a sua, que se eterniza na memória de quem fica; e a daqueles que, um dia, virão visitar não o fim, mas um marco de tudo que foi vivido.

Esse espaço, mais do que pedra ou terra, será um jardim de lembranças.
Um lugar de flores, de silêncio respeitoso, de conversas baixas entre os que permanecem.
E, quem sabe, até de sorrisos saudosos ao lembrar histórias que só o tempo sabe contar.

Por isso, não tenha receio de tratar desse tema.
Pelo contrário: que isso seja feito com leveza, com clareza, com esperança.
Porque cuidar do amanhã é também um jeito bonito de honrar o presente.

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